sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Vamos acordar e ver corujas!

Aqueles que me conhecem, já sabem que sou uma grande fã e leitora incansável dos textos de Veríssimo. Outro dia, me deparei com mais um de seus deliciosos textos que fazem esquecer a correria do dia a dia e refletir sobre a vida, o mundo, as pessoas.Ele cita a metáfora da coruja da deusa Minerva, de Hegel e conclui: “Nenhuma filosofia ajuda a percorrer o caminho já percorrido”.
Se, segundo alguns historiadores, a História é cíclica e muito já foi filosofado sobre períodos similares, por que não aproveitamos toda esta sabedoria? Por que insistimos em compreender, “cair a ficha”, somente no final? Por que não refletimos sobre o passado para tentar melhorar o futuro? Ah! Se fosse simples assim, não haveriam corações partidos, lutas poderiam ser evitadas, e histórias de sucesso não teriam fim. Hoje em dia então, seria impossível! Seria necessária apenas uma pitada de reflexão, escutar alguém mais experiente, ler um “blog”, um conto ou pesquisar na Internet o que pensam grandes pensadores e pronto. Rapidamente, aplicaríamos a filosofia na História mundial, nacional, no nosso dia a dia (no trabalho, nos relacionamentos e até mesmo na saúde) e tudo estaria resolvido.
Por que compreendemos as coisas apenas no fim? Bem, acredito que nós seres humanos somos um tanto quanto curiosos demais e às vezes muito teimosos. Somado a isso, nossa sociedade tende a esquecer facilmente o passado, o que dificulta os momentos de reflexão. Além disso, devemos lembrar que o tempo passa cada vez mais rápido. São tantas as obrigações, as expectativas que muitas vezes nem percebemos que estamos ligados no automático. Como estamos sem tempo ou correndo cada vez mais contra o tempo, torna-se difícil usar a filosofia para compreender algo antes do fim.
Porém, em alguns casos mágicos, a filosofia consegue servir como aliada sim, e nos guia. Nestes momentos, diversos contextos favorecem cada caso e a luz da sabedoria vai aos poucos acendendo. No texto, ele também cita Marx que, ao contrário de Hegel, acreditava que a filosofia mostra para a História aonde ir. Isto acontece algumas vezes, pena não ocorrer constantemente, e cada vez menos. Deveríamos tentar abrir mais nossos olhos e observar mais a coruja da deusa Minerva.


Paula Bordallo Silveira
é estudante de Comunicação Social
Facha - 25/09/2009

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