sexta-feira, 28 de agosto de 2009

AS FONTES NO JORNALISMO

AS FONTES NO JORNALISMO
O jornalismo pode ser definido como uma atividade profissional cujo objetivo é investigar, reunir, contextualizar criticamente e transmitir com regularidade ao grande público, ou a segmentos dele, informações da atualidade, por meio de veículos de comunicação.
Seu trabalho é materializado através do jornal impresso, revista, rádio, TV, internet. Gera o que poderíamos denominar de “indústria da informação” – exigindo cada vez mais técnicos capacitados -, caracterizando-se como atividade industrial, mas, não é um formador de um produto qualquer, como um sabonete, uma camisa, um sapato. A sociedade precisa de explicações para exercer a cidadania e sobreviver, principalmente sobre os acontecimentos com maior capacidade de desorganizar ou reorganizar a vida social.
A pergunta que se faz é: como o ser humano poderá se tornar protagonista de seu próprio destino, se não sabe o que está acontecendo a sua volta? Outra questão: como viver num permanente estado de alienação, sem o mínimo de informação? Dessa forma, fica evidenciado que o jornalismo está associado a dois pilares da democracia contemporânea: o Direito a Informação e o Direito a Opinião.
Sob esse aspecto, jornalismo e fonte, intimamente ligados, são protagonistas da democracia, ainda que a notícia na qual a fonte esteja envolvida possa não ser das melhores ou das mais dignas: - um escândalo, uma crise, um acidente, são exemplos típicos do que imediatamente se transforma em notícia – simplesmente porque são surpreendentes, incomuns, fogem da rotina.
Em contrapartida também a fonte tem o direito de procurar o jornalista, objetivando divulgar informações que considere importantes. Não é só o assessor de imprensa que executa essa missão, porém, em princípio, qualquer pessoa que detenha informações relevantes para a sociedade, tem o direito e o dever de tentar socializá-las.
DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS
A Constituição Federal do Brasil, promulgada em 1988, através do artigo 5º estabelece, entre outros:
IV- É livre a manifestação do pensamento sendo vedado o anonimato;
V- É assegurado o direito de resposta proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou a imagem;
IX- É livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
XIV- É assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte quando necessário ao exercício profissional;
E mais os artigos 220 e 221:
CAPÍTULO V – DA COMUNICAÇÃO SOCIAL
Art. 220: A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado ou disposto nesta Constituição.
Art.221: A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I- ...
II- ...
III- ...
IV- Respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.
Assim, com o amparo legal que a fonte tem, não há o que temer quando “socializar” uma informação à imprensa, que precisa oferecer ao seu público, notícias independentes, autônomas, críticas, confiáveis, capazes de explicar a vida social, uma vez que o negócio não é promover pessoas ou organizações. A existência da imprensa depende da credibilidade atribuída pela sociedade às informações por ela geradas. Parcialidade, promoção, endeusamento são tudo o que o público não quer da imprensa.
Não podemos olvidar do papel que representa a assessoria de imprensa. O surgimento delas contribuiu decisivamente para a profissionalização do setor de informação pública, com delimitação clara de posições, tanto do lado de quem fornece à informação quanto de quem a coleta. Fica mais nítida a posição do repórter como agente do público, sujeito muitos vezes ao contexto das relações econômicas e de poder de que nada escapa da sociedade – certamente não as empresas jornalísticas.
ATRIBUTOS QUE A FONTE PODE OFERECER
Preferencialmente:
a) Seu contexto deve referir-se a fatos, bens, serviços, decisões que alteram ou explicam o mundo presente das pessoas;
b) A informação deve estar próxima da realidade do público a que se destina;
c) Deve faze referencias a pessoas, lugares, datas e temáticas conhecidas;
d) Deve valorizar suas conseqüências para vida das pessoas;
e) Indicar eventuais conflitos de interesses;
f) Indicar novos conhecimentos se for o caso;
g) Acentuar seu caráter utilitário se houver.

Bibliografia:
Chaparro, Manoel Carlos – “Jornalismo na fonte” – Brasilia – Banco do Brasil, 1996.
Duarte, Jorge (Org.) – “Assessoria de Imprensa e relacionamento com a mídia” – 2º Ed., Ed Atlas, 2009.
Lage, Nilton – “A reportagem, teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística”- 1º Ed., Record, 2001.

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