quarta-feira, 16 de setembro de 2009

APURAÇÃO E PESQUISA JORNALÍSTICA

APURAÇÃO E PESQUISA JORNALÍSTICA


“A melhor notícia nem sempre é a que se dá primeiro, mas muitas vezes a que se dá melhor”.
(Gabriel Garcia Márquez)


Numa definição simplista, a apuração consiste em se colher todos os dados possíveis do acontecimento, a fim de se dar uma visão mais completa do fato. Na impossibilidade de conseguir muitos dados, tem-se a obrigação de, pelo menos, levantar aqueles que formarão o “lead”, que é a parte mais importante da notícia.
Há dois meios de apuração: Direta e Indireta. A primeira é aquela pela qual chegamos à notícia, através das fontes imediatamente responsáveis por ela, isto é, sabemos onde está a fonte. Ex.: Uma coletiva do presidente do Banco Central, um pronunciamento do Diretor da ANVISA sobre o aumento de febre amarela no país, e outros. Vias indiretas são aquelas que nos obrigam a utilizar recursos especiais para se chegar a notícia. Aí entra a criatividade de cada um; há que se valer de estratégias para confirmar ou ampliar uma informação. Colocado entre a necessidade de apurar um dado e o impedimento criado pela fonte natural, tem que encontrar uma saída que lhe seja favorável. Astúcia e boa capacidade de improviso são bem vindas.
Muitas vezes a urgência em “fechar a edição” faz com que tenhamos de apurar determinados dados pelo fone ou e-mail; no meu entender, nada substitui a presença do jornalista no local do acontecimento. O contato pessoal com o cenário é muito mais rendoso. Permite um estudo do entrevistado, suas reações, seu jeito de responder, seus tiques nervosos, suas mãos, enfim, tudo aquilo que poderá enriquecer a notícia. E é um bom caminho para se ganhar a confiança da fonte.
Temos a obrigação de verificar o que estamos dizendo. O ERRO é uma falha de apuração, de checagem ou ainda de expressão do jornalista. Se algum fato não pode ou não convém ser divulgado, a omissão em alguns casos é aceitável, mas a mentira não. Na profissão ela é inconcebível, pois pressupõe a falta de ética e implica em graves sanções, inclusive jurídicas.
Pode ocorrer que certas instituições, em algumas circunstâncias, venham a falsear dados, assim como determinados entrevistados, via de regra, políticos, delinqüentes inventem histórias. É difícil nesses casos, evitar totalmente o engodo, mas um bom conhecimento dos fatos ajuda a tornar essa possibilidade mais remota. (Ex: EUA X Armas de destruição no Iraque, Ditaduras X Direitos Humanos, Escola de Base – SP 1994 X Abuso Sexual de Crianças;o então diretor de redação do jornal “Diário de SP” vetou o noticiário, pois achou a investigação do delegado inconsistente).




Fontes:-1-Portella, Juvenal – “Curso de Comunicação” – 1976 – 1ª.ed. –Edit. Lidador – RJ.
2 – Virissimo, Vivian de A.- “Jornalismo investigativo na Internet” –UFSC – 15.04.2009
3-“Blog” do Artur Araujo – 15.04.2009

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