quarta-feira, 16 de setembro de 2009

RELATÓRIOS PARA ACIONISTAS

RELATÓRIOS PARA ACIONISTAS

Relatórios anuais abrem espaço para as companhias dialogarem com seus diversos públicos, por vezes, sem o foco financeiro .
A publicação das demonstrações financeiras e contábeis das companhias de capital aberto, que anualmente fazem parte de edições dos jornais de maior circulação no País no primeiro trimestre de cada ano, é tradicionalmente o momento mais alto da prestação de contas das empresas. De algum tempo para cá, no entanto, funcionam principalmente para atender a uma exigência legal (“Lei das SA’s”), pois mudaram as demandas dos “stakeholders”. Para atendê-las, cresceram de importância os relatórios anuais, onde, além dos números, as companhias prestam contas dos compromissos que assumiram com as boas práticas de Governança Corporativa, estampam o balanço das ações de responsabilidade social e ambiental e traçam suas perspectivas e projetos.
Para abrigar tantos assuntos, os relatórios cresceram de tamanho e ganharam edições sofisticadas para facilitar a leitura a leigos. São confeccionados por consultorias especia­lizadas, seguem padrões internacio­nais e disputam homenagens, chegando a ganhar até Prêmios pela excelência da apresentação, riqueza de fotos; esses Prêmios são oferecidos anualmente pela ABRASCA – Associação Brasileira das Companhias Abertas.

A composição do quadro de concorrentes é significativa, por mostrar o grau de adesão também de empresas fechadas. Apesar de não terem obrigação legal de prestar contas ao público, um número razoável delas incluiu o relatório como peça obrigatória no plano de comunicação. “É uma ferramenta importante de relacionamento com “stakeholders” ”, concorda César Fernandes, superintendente de Comunicação da Comgás, empresa de capital fechado que divulga relatório anual desde 1999 e, desde o ano passado, incorporou nele informações de balanço social, utilizando a metodologia proposta pela “GRI - Global Reporting Iniciative” que determina uma abordagem social para o relatório da companhia.
A GRI é uma organização internacional, sediada em Amsterdã, na Holanda, criada em 1997 para fornecer rotinas para os relatórios de sustentabilidade das empresas. Já tem a adesão de mais de mil empresas em todo o mundo. No Brasil, 21 empresas utilizam atualmente os procedimentos propostos, entre elas Bradesco, Banco Itaú, Cemig, Natura, Petrobras e Suzano; outras 19 companhias utilizaram aqueles critérios em edições passadas.
O relatório de sustentabilidade é tratado pela GRI como sinônimo do relatório anual ou do relatório de responsabilidade social corporativa. Tem o objetivo de ajudar a empresa a descrever o desempenho econômico e os impactos ambientais e sociais de sua atuação, registrando os resultados obtidos pela empresa dentro de um determinado período, no contexto dos compromissos, das estratégias e da forma de gestão.
A demanda por relatórios de empresas com informações sobre sua sustentabilidade é cada vez maior entre os investidores institucionais norte-americanos, já que inclui um indicador projetado para traduzir os efeitos dos riscos das mudanças climáticas em riscos financeiros. Essa preocupação também começa a contaminar os governos e instituições públicas européias. A partir de 2010, por exemplo, todas as licitações federais do governo holandês serão limitadas à participação de empresas sustentáveis.
Além dos relatórios, há empresas se comunicam com seus vários públicos por meio de folhetos tradicionais ou catálogos e tablóides, como se fosse uma publicação voltada para o mercado de Tecnologia da Informação e de telecomunicações. Outro recurso é o uso de publicações eletrônicas, também chamadas de “newsletter”, que possui a vantagem da versatilidade.

Adaptação do Artigo de Cláudia Izique - “COMUNICAÇÃO AMIGÁVEL” – 01.06.2009

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