quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A LINGUAGEM JORNALÍSTICA NA TV

A LINGUAGEM JORNALÍSTICA NA TV


Existem algumas regras que podem ajudar o telejornalista a praticar o que se conhece como texto coloquial ou o texto casado com a imagem. A mensagem que atingirá as pessoas depende da razão e da emoção do jornalista que a escreve. Deve-se ter em mente, porém, que a imagem viva, em movimento, carrega uma dose muito maior de emoção. As palavras devem, então, servir de suporte a essa imagem, dar apoio, complementá-la. E o chavão que se aplica a fotografia – uma foto vale mais que mil palavras – pode ser usado aqui.
Muitas vezes o rádio está à frente, quando o assunto é jornalismo; ele tem a vantagem do imediatismo da notícia. O crescimento da tecnologia da ao rádio condições para transmitir um fato com muita velocidade e no exato momento em que ele acontece. E mais: - o rádio é o veículo de comunicação mais integrado na vida das pessoas; está no carro, no trabalho, nas ruas, em casa, no ônibus.

O CONTEÚDO DA COMUNICAÇÃO NA TV

Informação visual: A TV mostra e o telespectador vê: ele se informa, recebe a notícia e amplia o seu conhecimento.
Imediatismo: Pequenas emissoras já possuem unidades móveis de jornalismo para reportagens “ao vivo” que são instaladas com velocidade e rapidez. Os satélites mostram fatos do outro lado do mundo.
Alcance: Há que se considerar como será tratada a notícia, já que ela pode ser “vista” e “ouvida” de várias maneiras diferentes. Ela atinge a todos, não distinguindo classe econômica ou social.
Instantaneidade: A mensagem é instantânea, momentânea. Ela é captada de uma só vez, no exato momento em que é emitida, ao contrário do jornal impresso ou revista, que lhe permite “voltar atrás e ver novamente”.
Envolvimento: A TV exerce um fascínio sobre o telespectador; consegue transportá-lo para “dentro” de suas histórias.
Superficialidade: O custo das transmissões, compromissos comerciais, briga pela audiência, impedem o aprofundamento e a análise da notícia no telejornal diário.
Índice de audiência: É a medição do interesse do telespectador, que orienta a programação e cria condições de sustentação comercial.

A FORMA DE TRANSMITIR UMA INFORMAÇÃO

O receptor deve “pegar” a informação de uma vez. Se isso não acontece, o objetivo de quem está escrevendo – e transmitindo a informação – fracassa. O que é diferente? A forma de transmitir a informação.
Seu texto será lido em voz alta por alguém. O receptor tem que entendê-lo de uma só vez. Por que você não lê seu texto também em voz alta antes de entregá-lo? Assim conseguirá descobrir o que está faltando e o que pode ser cortado / mudado eventualmente. Excesso de palavras terminadas em “ão”, como no exemplo: - A seleção já está na concentração em preparação, para o jogo contra o Japão. Veja se não soa melhor: - A seleção já está concentrada e se prepara para o jogo contra o Japão.
Cuidado com os cacófatos! Ex.: O time carioca ganha à partida; O boom da propaganda mundial; Um sueco corajoso venceu.
Frase sem sentido, estilo pobre: - A gasolina americana já está mais barata; Os preços caíram por causa da queda do preço do petróleo. Os preços caíram por causa da queda? Veja se não soa melhor: - A gasolina americana já está mais barata. É resultado da queda do preço do petróleo.
Outras preciosidades: - A solução só pode ser solucionada... Os aviões se dirigiram em direção...
Certas palavras quebram o ritmo do texto. E ritmo é fundamental no texto de TV. O ritmo favorece a concentração de quem está assistindo a TV. Use frases curtas, pois elas ajudam a compreensão. Uma só frase com seis linhas de leitura é considerada longa. Longa para leitura do locutor e longa para os ouvidos do telespectador. Pontuação: - Uma pontuação bem colocada indicará as pausas e o tom que o texto deve ser lido. Por melhor que ele seja, o locutor também precisa respirar. Frases intercaladas entre vírgulas podem ser usadas em jornais e revistas, mas não em televisão. Lembre-se que estamos escrevendo para outra pessoa entender. Não estamos escrevendo para nós. Duvide. Corrija. Releia em voz alta. Peça para alguém ler seu texto, ou leia em voz alta para terceiros. É mais uma opinião.

TEXTO + IMAGEM

1. Não se faz TV sem imagem, mas a palavra tem lugar garantido; 2. Combinar informação visual com informação auditiva; 3. O papel da palavra é dar apoio a imagem e não competir com ela; 4.Verifique quais são e como são as imagens disponíveis antes de escrever o texto; 5. Não há necessidade de se descrever o que o telespectador já está vendo. Evite redundâncias; 6. Lembre-se da fórmula 3Q+POC; 7. Simplicidade na associação texto / imagem;8. A imagem tem uma narrativa própria e pode transmitir informação e emoção sem palavras;9.Uma imagem forte pode até ser valorizada por recursos de texto;10.Não podemos conceber uma reportagem de TV sem que prevaleça a força da imagem. Pense nisso desde a pauta.

A LINGUAGEM COLOQUIAL

1. O uso de adjetivos, em princípio, é condenado na busca da concisão. Ao enfeitar a frase, evitá-los; se complementam a informação, eventualmente podem ser utilizados;2.Obedecer às regras gramaticais acima de tudo;3.A gíria deve ser evitada;4.As frases devem ser escritas na ordem direta;5.As palavras, expressões e tempos de verbo, devem ser simplificados;6.Precisão e concisão: duas qualidades fundamentais do texto de TV. Evite redundâncias, adjetivos, palavras com duplo sentido e palavras em excesso. Procure palavras diretas, adequadas ao que se quer dizer.


Fonte e leitura recomendada: “O texto na TV. Manual de telejornalismo”, de Vera Iris Paternostro. Ed. Campos – 13º tiragem – 1999.

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